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Startup brasileira lança a primeira plataforma de Cannabis medicinal na América Latina

 

Cannect-cannabis-medicinal-Brasil

Com foco além da comercialização dos produtos, a startup atua como fonte de conhecimento e capacitação da população, mercado e classe médica sobre o uso dos produtos derivados da cannabis

 

Criar um ecossistema digital que conecta pacientes, médicos, instituições de saúde, pesquisadores e fornecedores por meio de protocolos clínicos e linhas de cuidado estruturadas.

Esse é o objetivo da Cannect, healthtech brasileira e primeira plataforma médica personalizada de cannabis na América Latina. Focada na experiência do cliente e incorporando de forma acelerada o que existe de mais avançado em tecnologia e processos de atendimento, a startup tem a visão de transformar o nascente mercado de cannabis medicinal tornando o conhecimento e produtos acessíveis em larga escala no Brasil.

A Cannect nasce com potencial para atender a crescente demanda de tratamentos paliativos, de dor crônica, oncologia e, também, como complemento a terapias para saúde mental e esportiva, em um mercado potencial estimado em pelo menos 7 milhões de usuários em 4 anos. (Relatório Impacto Econômico da Cannabis - KayaMind 2021).

Além disso, se propõe a ser um parceiro clínico para que médicos, hospitais e instituições de pesquisa tenham mais segurança e acesso a informações científicas e bases de evidência para ampliar o volume atual de prescrições. Para celebrar o início da operação, os clientes que acessarem a plataforma terão a oportunidade de usufruir de uma primeira consulta gratuita com médicos prescritores parceiros da startup.

No mercado brasileiro atualmente qualquer paciente pode importar legalmente produtos medicinais à base de cannabis, considerando que esses itens ainda não são fabricados no Brasil em larga escala. Esse caminho, no entanto, conta com inúmeras exigências e entraves. Primeiramente, é necessário que um médico aceite recomendar o tratamento e saiba prescrever respeitando as orientações da Anvisa, o que nem sempre é fácil dado o baixo conhecimento técnico e o histórico de preconceito com a cannabis medicinal. Na sequência, é preciso entrar com um pedido de autorização de importação junto à agência nacional. Com a autorização de compra em mãos, o cliente precisa buscar o fornecedor adequado, realizar o processo de importação e cuidar da logística e da documentação que deve constar no envio do produto para entrada no Brasil. É justamente nesse contexto que a Cannect se propõe a ser um agente disruptivo e facilitador, utilizando muita tecnologia e qualidade no atendimento para trazer conhecimento, facilitar o acesso e viabilizar a importação do produto pelo paciente.


O grande diferencial da healthtech está em oferecer acompanhamento em todo o processo, aproximando médicos especializados e clientes com soluções digitais de teleconsulta e prescrição digital, gerenciando todas as etapas da aprovação junto à Anvisa, da compra e da entrega dos medicamentos na casa do cliente. A Cannect também oferece uma equipe de apoio especializada - os Cannecters - para acompanhamento, suporte e orientação constante aos seus clientes.

Pensando também em fornecer cada vez mais recursos à comunidade médica, a Cannect disponibiliza cursos, informações científicas, protocolos e linhas de cuidado com o objetivo de apoiar os profissionais no processo de avaliação e prescrição para o paciente. Por meio de um sistema completo, os médicos ainda terão à disposição uma equipe clínica de especialistas para discussão e avaliação de casos.

"Queremos tornar a cannabis medicinal mais acessível no Brasil, oferecendo um atendimento completo e de alta qualidade para todas as pontas da cadeia, desde os pacientes, passando pelo suporte aos médicos e sendo um canal de valor para os fornecedores de medicamentos de qualidade que podem ser importados para o Brasil", avalia Allan Paiotti, CEO e cofundador da Cannect. "Somos uma plataforma customer centric. Escolhemos privilegiar a qualidade sobre a quantidade e atuamos de forma ágil para garantir que nossos clientes tenham acesso seguro à cannabis medicinal.", acrescenta.

"Com a evolução da legislação e a validação dos nossos protocolos e linhas de cuidado, vamos evoluir para modelos personalizados de cuidado e acompanhamento de clientes crônicos. Estamos criando comunidades médicas e de pacientes baseados no conhecimento sobre a cannabis medicinal, desenvolvendo soluções de troca de experiências que vão acelerar a produção de conhecimento aplicado sobre uma planta com uma história de uso de mais de três mil anos.", prevê Paiotti. Para isso, a empresa já está preparando uma nova rodada de investimentos ainda em 2021.

 

Cannabis medicinal e o potencial do mercado

O uso da cannabis para fins medicinais ainda encontra certa resistência em alguns países que não possuem regulamentação para venda nacional, dificultando o acesso de pacientes, e também da comunidade médica, que resiste na prescrição do medicamento em função do baixo conhecimento sobre estudos que demonstram seus benefícios. Para se ter uma ideia, a espécie Cannabis sativa tem mais de 120 fitocanabinoides registrados, sendo o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC) os mais conhecidos e, até o momento, os mais amplamente estudados e utilizados para indicação clínica.

Aqui no Brasil, em junho de 2021, a PL 399/15 - que visa destravar o cultivo em solo nacional da cannabis para fins de pesquisa e uso medicinal - foi votada pela comissão especial da câmara dos deputados e aprovada. O projeto ainda será analisado pelo Senado. Por enquanto, os produtos podem ser adquiridos em farmácias apenas com receita médica de controle especial ou via importação regulamentada pela RDC nº 335. Há apenas um medicamento à base de cannabis registrado pela Anvisa e três produtos derivados da planta com autorização sanitária, quase todos importados.

Já durante os Jogos Olímpicos em Tóquio, vimos pela primeira vez o canabidiol (CBD) constar como substância liberada para uso pelos atletas, ao mesmo tempo em que punições mais brandas foram previstas para o uso do tetrahidrocanabinol (THC), este ainda proibido pela agência internacional antidoping. É possível que nos jogos de 2024, em Paris, tenhamos um cenário ainda mais favorável ao uso do CBD na preparação dos atletas.

"Podemos dizer que a cannabis medicinal está sendo redescoberta em larga escala ao redor do mundo. Vimos recentemente a ONU reclassificar e reconhecer as propriedades medicinais da cannabis e isso já é um grande avanço diante da proibição em nível internacional", aponta Rafael Pessoa, Chief Medical Officer da Cannect. "Em diferentes estágios, países estão passando por processos de debate e liberalização do uso, medicinal e recreativo, passando por bem-estar, suplementos alimentares, acessórios e até uso veterinário. Aqui no Brasil, ainda que a passos mais lentos, esse cenário não deve ser diferente e em breve teremos um setor fortalecido e capaz de atender a crescente demanda da população". 

 

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Fato é que a tecnologia será um aliado fundamental para o desenvolvimento do setor e atuará como um meio facilitador de acesso à informação e de comercialização dos medicamentos à base dessas substâncias. "Ainda vemos alguns médicos resistentes à prescrição em função de pré-conceitos e da falta de bases estruturadas de conhecimento a respeito, mas esse é um cenário que tem tudo para ser transformado rapidamente", afirma Rafael. "Diferente de outros players que estão focados apenas na atividade comercial, queremos ser um agente transformador do mercado por meio da tecnologia e conhecimento, com uma plataforma completa para quebrarmos as barreiras do preconceito médico e da sociedade com as substâncias extraídas da Cannabis sativa. Mais do que importar medicamentos, iremos compartilhar conhecimento para educar nossos públicos sobre os benefícios do seu uso".

Estudos apontam que mais de 50% da atividade de pesquisa global sobre a cannabis é baseada nos Estados Unidos, mas esse cenário pode mudar em breve com análises sendo encabeçadas por outras nações. No Brasil, recentemente, um teste clínico realizado no Hospital Universitário da USP de Ribeirão Preto (SP), apontou que o canabidiol (CBD) obteve sucesso no tratamento da síndrome de ‘burnout’, caracterizada por esgotamento físico e mental extremo, em um grupo de médicos e profissionais de saúde na linha de frente da resposta à Covid-19. O estudo, reduziu sintomas de fadiga emocional (25%), depressão (50%) e ansiedade (60%) nos voluntários.

"Percebemos no Brasil uma demanda crescente pela cannabis medicinal, assim como já acontece no Canadá, nos EUA e em vários países da Europa, por isso, decidimos construir uma nova abordagem nesse setor integrando conhecimento científico, educação e produtos de qualidade com a proposta de democratizar o acesso a essa via de tratamento como instrumento para uma verdadeira melhoria da qualidade de vida das pessoas, com segurança", reforça Paiotti, CEO da healthtech. "Para se ter uma ideia, de acordo com a Anvisa, em 2020, foram importados cerca de 45 mil itens à base de cannabis e o volume de importação por pessoas físicas e/ou associações em defesa de pacientes cresceu quase 1800% entre 2015 e 2020, apesar de termos menos de 0,2% dos médicos no Brasil ativos na prescrição da cannabis medicinal. Isso demonstra o potencial que temos pela frente, auxiliando milhões de pessoas a ter acesso a esses produtos".

Esse é apenas o começo de uma série de benefícios que podem ser obtidos por meio da regulamentação e uso da cannabis. Um levantamento realizado pela Clarivate Analytics, e adaptado ao mercado brasileiro pela The Green Hub, aponta que em 2024 o mercado global de cannabis legal está estimado em US$103,9 bilhões, sendo puxado por EUA, Canadá e Europa. O estudo ainda aponta que a América Latina deve responder por US $9,1 bilhões no setor. O segmento seguirá sendo liderado pela indústria farmacêutica, mas no futuro abrirá cada vez mais espaço para o setor de bens de consumo, como cosméticos, alimentos, bebidas e produtos têxteis.

"Foi percebendo esse movimento que decidimos unir as skills e experiências complementares de nossos sócios nos setores de saúde, tecnologia aplicada em saúde (telemedicina), financeiro, de inovação e marketing para sermos um agente de transformação do cenário da cannabis no Brasil, gerando novos debates que levem ao crescimento do mercado", aponta Paiotti.

Com sede em São Paulo, a Cannect foi fundada pelos empreendedores Fernando Domingues (também fundador da Conexa, maior empresa independente de telemedicina da América Latina), Allan Paiotti (investidor e executivo que até recentemente estava na liderança no HAOC), e com angel investors como Thiago Maluf (Igah Ventures) e Raphael Avellar, Ricardo Dias e Gerard de Roure (Adventures). "Vimos o potencial desse mercado e entendemos que era a hora de criar uma empresa capaz de agir de forma disruptiva gerando um impacto positivo na qualidade de vida das pessoas", afirma Fernando Domingues.

A Cannect acaba de fechar uma rodada de captação pre-seed com um grupo de investidores estratégicos da saúde, liderados pelos Drs Abdalla Skaff e Gustavo Nobre. "A Cannect, diferentemente das empresas mais tradicionais do setor que visam apenas a comercialização dos produtos, é uma insurgente focada em promover saúde e bem-estar baseado em conhecimento científico, entendendo as dores de um segmento que tende a crescer ano após ano. Estamos olhando para o futuro e queremos oferecer, hoje, o que há de melhor", comentam Abdalla e Gustavo.

 

 

Sobre a Cannect
Com sede em São Paulo, a Cannect é uma healthtech brasileira e primeira plataforma de cannabis medicinal na América Latina. Focada na experiência do cliente e incorporando de forma acelerada o que existe de mais avançado em termos de tecnologia e processos de atendimento, a startup tem a proposta de tornar a cannabis medicinal uma realidade em larga escala e acessível.

 

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Fonte: Redação Smart Business

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