Conheça a história de Gaby Costa, fundadora do Lady Driver, primeiro aplicativo de transporte exclusivo para passageiras e motoristas mulheres
O despertador toca às 5h. Uma hora depois, Gaby Corrêa, 39 anos, está na academia treinando musculação. Treino feito, ela toma banho e pontualmente, às 8h, está na sede da Lady Driver, no complexo JK, empresa atualmente avaliada em R$ 100 milhões, que criou um app para solucionar um problema comum às mulheres: assédio e insegurança em aplicativos de transporte.
“Eu fui assediada por um motorista. Fiquei pensando na quantidade de mulheres que também já haviam passado por isso. Em quantas mulheres que deixam de sair, de encontrar as amigas ou de usar determinadas roupas porque se sentem inseguras. Nós mulheres, muitas vezes, não temos liberdade de ir e vir. Foi então que eu decidi: poxa, deveria existir um aplicativo só com motoristas e passageiras mulheres”, contou.
Segundo a CEO e fundadora da Lady Driver, somente 6% dos motoristas de aplicativos são do sexo feminino. Na opinião de Gaby, um número que traduz bem os desafios que a mulher enfrenta, seja por temer a violência ou porque o mercado automotivo ainda é predominantemente machista e masculino.
“Eu amo dirigir e sei que há muitas mulheres que também gostam de carro. Embora a mulher seja a motorista da casa, indo fazer compras ou levar os filhos à escola, o carro, muitas vezes, está sempre atrelado ao homem. Então, a Lady Driver nasceu para criar um ambiente favorável para a mulher dirigir com segurança e ganhar dinheiro, também veio para mostrar que as mulheres são excelentes motoristas, porque elas têm muito mais sensibilidade e cautela no trânsito”, declarou a empresária.
E os fatos comprovam que Gaby está certa. Um deles é o seguro de carro e moto que para mulheres pode ser até 20% mais barato, uma vez que as operadoras consideraram que o número de ocorrências envolvendo o público feminino é menor. “Já sofri preconceito no trânsito, mas não ligo. Me apego às estatísticas que mostram que as mulheres dirigem melhor”.
O app tem o propósito de oferecer independência financeira e segurança para as mulheres. Por seu pioneirismo e inovação, o Lady Driver tem atraído a atenção de muitas mídias nacionais e internacionais, em exemplo é o Jornal Financial Times que considerou a Lady Driver o maior app de transporte feminino do mundo, devido ao fato de possuir mais de 65 mil motoristas cadastradas e mais de 1,5 milhão passageiras usando o serviço.
Atualmente, a Lady Driver está expandindo através de licenciamento em um modelo tipo franquia. A empresa atua há 5 anos em São Paulo e a partir de agosto começa a operar em 60 cidades. “Esses números ainda vão crescer bastante, pois vamos levar o serviço para muitas cidades do Brasil, América Latina, além dos Estados Unidos, onde já temos em conversas bem avançadas. Todas as mulheres merecem um transporte seguro. Nossa meta é estar em 200 cidades até o final de 2021”, contou Gaby Corrêa.
Com a expansão, Gaby Corrêa está focada em dar oportunidade para mulheres empreenderem em tecnologia. A premissa para uma pessoa adquirir uma licença da Lady Driver é que deve haver pelo menos uma mulher na sociedade, que será a “Embaixadora” na região. A Embaixadora que está a frente do negócio Lady Driver na cidade, recebe uma mentoria com Gaby Corrêa para desenvolver suas habilidades, ter um alto desempenho no negócio e acima de tudo, levar o propósito e cultura da empresa para todos os lugares. Atualmente temos 60 embaixadoras que estão empreendendo e replicando o propósito junto às motoristas e passageiras.
Além das atuais 60 embaixadoras, em seu escritório, a empresária trabalha diretamente com 15 mulheres que, segundo ela, têm o DNA da empresa e trabalham em prol do público feminino, inclusive no que diz respeito à entrada das mulheres no mundo dos negócios.
“Ainda existe muito preconceito. Não é comum mulheres terem negócios disruptivos e tecnológicos. O que é esperado é que a mulher monte um café, abra um salão de beleza ou uma loja de roupa. Quando ela tem uma ideia que foge disso, muitas vezes, ela não é vista com seriedade porque ainda duvidam muito da capacidade feminina. Mas com a Lady Driver estamos mudando este cenário”, disse.
Por esta razão, ela defende que mulheres com propostas inovadoras e disruptivas estejam dispostas a provar, pelo menos duas vezes, que aquela ideia funciona e irá fazer a diferença na vida de milhares de pessoas.
“As empresas que mais geram lucros são geridas por mulheres. Por outro lado, mais de 90% do dinheiro do mundo, investido em novos negócios, está nas mãos de homens. Quando você chega com algo que vai beneficiar mulheres, falta empatia para entender a necessidade do serviço. Por isso, os investidores acabam perdendo uma grande oportunidade.”
Solteira, sem filhos, tia de um menino de 8 e de uma menina de 4, Gaby se prepara para lançar mais um projeto ambicioso, até o fim do ano, também pautado no universo feminino e das famílias. Trata-se do Lady Kiddos, o primeiro serviço legalizado do Brasil para o transporte de crianças.
Inspirada em duas startups dos Estados Unidos, que ganharam mercado neste segmento, a Zum e a Hope Skip Drive, a empresária vai oferecer o serviço no Brasil, com plataforma formada somente por motoristas mulheres, para auxiliar pais e responsáveis na missão de organizar a mobilidade dos filhos com as atividades do dia a dia.
“A demanda desse serviço é muito grande, as nossas passageiras sempre pedem a Lady para levar suas crianças. Vimos que este é um nicho gigante que não estava sendo atendido. Se a criança tiver esse transporte individual para voltar da escola, do futebol ou do balé, facilitará muito a vida dos pais em relação ao transporte dos seus filhos”.
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Fonte: Redação Smart Business
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