Pular para o conteúdo principal

Quando é a Hora de Desistir do seu Negócio?

 

quando-e-a-hora-de-desistir-do-seu-negocio


Artigo Escrito por: Leandro Olímpio

 

Nunca Desista dos seus Sonhos... Essa é a frase que está bordada na capa do manual de todo coaching e digital Influencer motivacional, mas, até que ponto você pode leva-la ao pé da letra indo às últimas consequências?

Recentemente estava conversando com um amigo (que também é empreendedor) sobre os principais motivos que levam negócios a falência, e entre alguns argumentos e analises surgiu a dúvida: Quando é a hora de desistir de um negócio?

Tudo bem que a resiliência é a pedra fundamental de toda jornada empreendedora, mas até que ponto devemos insistir em algo que aparentemente não está rendendo o melhor resultado? Como saber se este é um obstáculo do caminho, ou se é o fim da linha para aquela ideia/projeto?

De cara pensamos em diversos indicadores de desempenho como faturamento, fluxo de caixa, projeção de mercado, entre outras analises “ultra elaboradas” que podem ser realizadas diante de uma situação de dificuldade do negócio. Mas, avaliando de forma mais aprofundada, será que apenas os números frios são capazes de guiar unicamente essa decisão? E quanto àquela história de “Nunca Desista dos seus Sonhos” e as infindáveis biografias de empreendedores que depois de quebrar dezenas de vezes conseguiram encontrar o caminho do sucesso? Afinal de contas, como saber quando é a hora de desistir e quando é o momento de continuar insistindo no seu sonho?

Em resumo, ao final do nosso bate papo conseguimos chegar a algumas conclusões sobre “Quando é a Hora de Desistir do seu Negócio”, mas já adianto que nenhuma delas tem a presunção de parecer a dona da verdade, a equação sem argumentação, pois um dos pontos em comum que identificamos é que todos (aliás, quase todos) estes cenários aparentemente “apocalípticos” apresentam formas de serem reinventados e solucionados, desde que haja muito comprometimento e desejo de mudança por parte do empreendedor.

Mas, vamos lá, refletindo sobre o tema, listei a seguir alguns dos cenários e momentos em que você deve avaliar sobre “Quando é a Hora de Desistir do seu Negócio”. Identifique se você está enfrentando algum deles agora, e como você pode atuar para que o obstáculo não seja o fim da linha.  

 

 

FATURAMENTO SUMIU

Um dos cenários mais comuns para o fechamento das empresas no Brasil está relacionado a queda no faturamento. Este é o momento onde seus ganhos começaram a reduzir em um determinado período, e o que parecia apenas uma semana ou mês pontual se tornou uma realidade duradoura do negócio. É óbvio que existem diversas estratégias e ações que podemos pontuar para alavancar o faturamento de um negócio, seja qual for seu porte ou segmento de mercado. Porém, o grande problema aqui são os efeitos que a queda de faturamento pode provocar a longo prazo, tanto na questão financeira (sobrevivência do negócio), quanto no aspecto psicológico de quem está a frente da empresa. Na maioria dos casos, o baixo faturamento levará para uma sequência de endividamentos, demissões para reduzir custos, frustrações, baixa autoestima, e estratégias desesperadas nas áreas comerciais e de marketing que podem colocar em risco todo seu posicionamento e sustentabilidade econômica. Com quedas expressivas no faturamento, o empreendedor precisa avaliar rapidamente se existe alguma perspectiva real de retomada dos negócios, seja por meio de um novo produto, serviço, nicho, parcerias, ou entrada de dinheiro externo. Caso a perspectiva a médio prazo seja negativa, o empreendedor precisará decidir até que ponto o endividamento pessoal é razoável, e principalmente, se ele está disposto e comprometido a fazer o que for necessário para mudar a situação atual. Em muitos casos, este esforço pode ser um preço que o empreendedor não está disposto a pagar.

 

JÁ TENTEI DE TUDO E NADA MUDOU

Ok, seu faturamento está em queda de livre...

Mas, você está disposto a mudar essa situação! Então, inicia-se uma verdadeira maratona de estratégias e ações incorporadas ao negócio com o único objetivo de sobrevivência. Até aí tudo bem, o problema está no fato de que na maioria das vezes essas ações são realizadas de forma aleatória, sem uma estratégia clara e ampla por trás de cada iniciativa. Sendo assim, por mais que algumas possam trazer resultados mensuráveis, a maior parte do seu tempo será diluída em meio a muitas tentativas, erros, e poucos ou quase nenhum acerto. Sabe aquele ditado de que o importante é “Morrer atirando”, prefiro pensar que o melhor mesmo é “Viver com poucos e certeiros tiros”. Se você está em um momento onde tudo parece falhar, e que não há um horizonte de possibilidades, o melhor é procurar ajuda especializada como o SEBRAE ou consultorias profissionais para lhe orientar. Ou ainda, converse com outros empreendedores que passaram por uma situação semelhante, estude a biografia de grandes empresários para encontrar suas melhores referências, e entenda quais estratégias eles utilizaram em momentos desafiadores como o que você está vivendo. Porém, de nada adianta você encontrar um monte de respostas erradas, se você não está fazendo a pergunta certa... Afinal de contas, o que está impedindo seu negócio de prosperar?

Com base nesta resposta você identificará se o problema está relacionado a estratégia, execução, gestão ou direcionamento do negócio como um todo.

 

MERCADO SEM PERSPECTIVAS

Diferente do que muita gente imagina, atuar em um mercado aparentemente saturado nem sempre é um problema, desde que seu negócio tenha diferenciais competitivos e ofereça mais valor para seus potenciais clientes em comparação com a concorrência. Na verdade, o grande problema aqui está relacionado a mercados que não oferecem perspectivas de crescimento. Por exemplo, nos anos 1990, as Videolocadoras (Um Netflix que você precisava ir até uma loja alugar o filme), estavam em um mercado saturado, em que havia uma a cada esquina. Com o surgimento do Streaming, as “Locadoras de Filmes” se tornaram obsoletas devido a mudança no hábito de consumo do mercado. Ou seja, não se tratava mais de concorrência com outras lojas do bairro, e sim de seu posicionamento em um mercado que praticamente deixou de existir na época. Se você está atuando em um mercado muito competitivo, sua preocupação precisa ser a de melhorar processos, e construir uma imagem de alto valor agregado, e não necessariamente desistir. Claro que é importante avaliar até que ponto é interessante uma mudança de posicionamento para atuar em um novo nicho de mercado, menos concorrido e com maior potencial de exploração, mas lembre-se que mesmo esta estratégia que parece tão certeira a primeira vista, também apresenta grandes desafios, e que você precisará estar disposto para começar algo praticamente do zero.

 

ACABOU O “TESÃO”

Ao contrário dos cenários anteriores, neste caso considero que não há muito que ser feito, a não ser encerrar as atividades e mirar para um novo objetivo profissional ou empreendedor que te proporcione mais inspiração. Não se trata apenas do fim da “paixão” pelo negócio, como muitos acreditam, e sim do fim do amor, o que é muito mais sério. Quando tudo na sua rotina de trabalho se torna algo maçante, exaustivo, e sem valor aos seus olhos, ou ainda, quando nem mesmo as grandes conquistas mais te satisfazem, tudo isso reflete que você perdeu o “TESÃO”.

O “TESÃO” é o que nos tira da cama todos os dias as 04:30hs e leva ao escritório com “sangue no zóio” pra fazer acontecer, e mesmo diante dos cenários mais difíceis e desanimadores, é ele o responsável por nos manter ativos e trabalhando com foco para que as coisas mudem de rumo. Sem ele a nossa rotina empreendedora não passa de uma segunda a sexta feira sem sentido, sem perspectivas, em um loop aleatório de frustrações.

Quando você perde o “TESÃO” pelo negócio não há palestra motivacional ou coaching youtuber que tenha solução, pois ela depende exclusivamente de você, e do preço que está disposto a pagar para mudar sua situação.

 

 

Como disse no começo deste artigo, não há equação mágica que defina até onde você deve continuar acreditando e lutando pelo seu negócio, isso depende exclusivamente de você, da sua analise, reflexão e acima de tudo, do preço que está disposto a pagar pela manutenção do seu sonho.

No mundo do empreendedorismo conhecemos centenas de histórias de empreendedores que perderam tudo (literalmente) e depois de anos e anos de esforços conseguiram alcançar o sucesso, após inúmeras seções de fracassos e reinvenções. Mas, ao contrário do que muitos pregam por aí, esse não é um caminho linear.

 

 

No final das contas, a história que todos conhecem é apenas a do empreendedor que fracassou muito até conseguir o seu sucesso, mas poucos se dão conta do preço a ser pago pela constante incerteza do sucesso!

 

 

Quer ler mais matérias como essa?

Deixe seu comentário e sugestões para produzirmos novos conteúdos especiais!

 

Fonte: Redação Smart Business

Fale com a gente:

redacao.smartbusiness@gmail.com

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Entenda o significado dos 150 Termos mais utilizados no mundo corporativo

Conheça os significados dos 150 termos mais utilizados no ambiente corporativo e nunca mais fique sem graça nas reuniões. O mundo empresarial é repleto de termos, siglas e conceitos exclusivos, na grande maioria em inglês, que são amplamente utilizados no dia a dia das empresas. Mas, para muitos iniciantes, o vocabulário pode causar confusão, fazendo com um simples e-mail, telefonema, ou reunião possa se tornar em uma situação muita constrangedora e negativa para seu negócio ou carreira. Para ajudar quem ainda se depara com siglas e conceitos corporativos muitas vezes parecem não fazer sentido, o site da Forbes lançou um super glossário com mais de 245 termos presentes no mundo dos negócios, e nós da Smart Business, compilamos a lista apresentando os 150 que são mais comuns no dia a dia, e que devem começar a fazer parte de seu vocabulário à partir de agora.   Confira a lista completa:   A AI ou IA: sigla para inteligência artificial. Em inglês, Artificial ...

Pesquisa revela que 47% dos profissionais negros não se sentem parte das empresas em que trabalham

  Estudo do Indeed e do Instituto Guetto revela ainda que mais da metade dos entrevistados já sentiu discriminação racial no ambiente de trabalho   Todo funcionário busca se sentir bem em seu ambiente de trabalho, afinal é onde, na maioria das vezes, ele passa a maior parte do seu tempo. No entanto, isso nem sempre acontece. A falta de um senso de pertencimento na empresa está ligada a diversos fatores, um deles é a discriminação. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Indeed em parceria com o Instituto Guetto, 47.8% dos entrevistados não têm um senso de pertencimento nas empresas em que trabalham atualmente ou trabalharam.  O levantamento feito com 245 profissionais negros para saber suas percepções sobre práticas de RH e o mercado de trabalho atual revelou ainda que 41% dos entrevistados acreditam que ser reconhecido e ter suas contribuições valorizadas ajuda nesse processo de ter um senso de pertencimento na empresa. Dado que demonstra que as companhias precis...

5 Passos para reinventar sua empresa durante o Coronavírus

Especialista aponta 5 passos para empreendedores que precisam reinventar seus negócios para sobreviverem após a Quarentena.   Artigo Escrito por: Marília Cardoso Em questão de semanas, as pessoas simplesmente desapareceram das ruas. Diante dos decretos de fechamento de negócios não essenciais, como supermercados e drogarias, milhões de empresários de outros segmentos se viram de mãos atadas e obrigados a simplesmente baixar as portas. Sem faturamento, milhares já encerraram as atividades definitivamente. Isso porque estamos apenas no começo dessa crise. Muitos ainda alimentam a esperança de que o vírus desapareça tão rápido quanto surgiu e que tudo volte a ser como era antes. No entanto, especialistas de vários setores são unânimes ao dizer que seremos obrigados a criar um “novo normal”. Sendo assim, não adianta pensar que você vai ficar hibernando como um urso por dois ou três meses e depois vai reabrir as portas como se nada tivesse acontecido. É hora de re...

5 Razões para a sua empresa não investir em um Aplicativo

Apesar dos Apps estarem relacionados à boa parte do nosso dia a dia, especialista explica porque eles podem não ser a melhor estratégia para o seu negócio.   De acordo com o relatório “Global Apps Trends”, da Adjust – empresa de segurança cibernética -, o Brasil é o segundo País que mais cresce no mercado de aplicativos, atrás apenas da Indonésia.  Mas será que essa é uma estratégia que dá certo em qualquer negócio?. Embora esse canal seja amplamente utilizado no mundo e traga resultados consistentes para uma série de empresas, isso não quer dizer que ele faça sentido para qualquer modelo de negócio, seja pelo nicho de atuação, seja pelo público-alvo da empresa, entre outros fatores. É o que alerta o sócio-diretor da agência de marketing digital ROCKY, Luiz Fernando Ruocco. Acostumado a receber demandas de desenvolvimento de aplicativos, Ruocco sempre convida seus clientes a fazerem essa reflexão antes de lançarem mais um app no mundo. “ Não existe c...

Como Calcular quanto preciso de Investimento no meu Negócio?

  E specialista aponta dicas valiosas na hora de montar sua proposta para conquistar um investidor e alavancar o crescimento do seu negócio   * Artigo Escrito Por: Fabiany Lima   No mercado nacional e internacional, o que mais nos deparamos é com investimentos em startups e empresas de inovação em números redondos: R$ 400 mil, R$ 500 mil, um milhão... Tais número "cabalísticos" são os mais frequentemente pedidos por empreendedores que costumam buscar por aportes. Mas, mais do que pensar em um "número mágico", o que esses empresários devem se preocupar é em definir onde esse montante será aplicado e como. Essa é uma pergunta que muitos investidores fazem e, infelizmente, acabam não recebendo respostas precisas. E aí que moram muitas frustrações em rodadas de investimentos. Quando uma pessoa ou grupo tem um valor a ser aplicado e resolve fazê-lo em startup, é necessário que se tenham garantias mínimas de que o valor será propriamente usado. E, com esse ob...