Carência de pessoal qualificado para atender à enorme demanda prevista para os próximos anos facilita acesso ao greencard a milhares de brasileiros.
O mercado de telecomunicações está mais aquecido do que nunca nos EUA, e as porteiras estão abertas aos profissionais brasileiros que desejam trabalhar por lá, com a garantia do tão sonhado greencard.
O advento de novas tecnologias, como o 5G, a IoT (Internet das Coisas), além da grande expansão da First Net (rede wireless exclusiva para serviços de emergência, que está cada vez mais presente no cotidiano dos americanos) tornaram a busca por profissionais da área de telecomunicações assunto de interesse nacional.
Motivo: a carência de trabalhadores qualificados para atender à enorme demanda prevista para este mercado nos próximos anos. Isso tem tornado a maioria dos profissionais do ramo mais do que bem-vindos em solo americano. Caso a pessoa tenha formação em Engenharia de Telecomunicações ou Tecnologia da Informação, por exemplo, tem chance dela se qualificar para a residência permanente (Greencard), até mesmo sem a necessidade de oferta de emprego no Estados Unidos, explica o advogado Leonardo Leão, especialista em direito internacional, da Leão Group - empresa de consultoria americana com expertise no assessoramento de profissionais, investidores e companhias de todo o mundo.
Experiência é fundamental
Mas ele alerta: é preciso já ter alguma bagagem no segmento. No geral, a preferência é por profissionais com experiência comprovada de mais de cinco anos, após formado, executando suas funções na área de telecomunicações.
Mercado é amplo e remunera bem
Por outro lado, as áreas de atuação podem ser das mais variadas. Envolvem todas as atividades relacionadas à indústria de telecomunicações, desde trabalhos de campo, na construção e montagem de sites (torres e antenas), até os trabalhos intelectuais, como desenvolvimento de hardware e software. Ou seja, um amplo campo de mercado, que certamente pode ser bastante promissor a muitos brasileiros.
O salário de profissionais ligados à área de telecomunicações nos EUA, dificilmente fica abaixo dos 60 mil dólares anuais para os profissionais de campo (o equivalente a R$ 26 mil/mês). Já os trabalhadores que executam funções com necessidade de maior qualificação, como engenheiros ou desenvolvedores de software, por exemplo, o salário anual é acima de 100 mil dólares (o equivalente a R$ 44,1 mil/mês).
Da mesma forma que ocorre aqui no Brasil, há escassez de mão de obra qualificada disponível no mercado americano, especialmente entre profissionais com longa experiência. As empresas têm brigado para contar e fidelizar esse tipo de trabalhador, destaca Leonardo Leão.
Um brasileiro que enxergou longe
Formado em Engenharia de Telecomunicações (a exemplo de outros cerca de 5 mil brasileiros), Marcos Alexandre Vieira enxergou a oportunidade de viver nos Estados Unidos às custas do conhecimento adquirido em solo nacional e da demanda profissional que existe por lá.
Vi meu sonho de imigrar ressurgir com força total, resume ele, que vive em Boston desde 2018 e tem uma empresa de consultoria que presta serviços a diversas empresas americanas que estão investindo na implantação de internet 5G.
Percebi a importância da minha profissão no mercado americano, onde há um atraso de 5 anos na implantação de antenas 5G. Isso faz com que a oferta a profissionais de TI esteja em franco crescimento. No meu caso, posso dizer que coloquei um sonho em prática e não me arrependo em nada, garante Marcos Alexandre.
O caminho para o visto (e o custo)
O caminho a ser percorrido são os vistos EB1 e EB2 NIW, que são concedidos a profissionais com longa experiência em suas áreas de conhecimento e que, além da habilitação e experiência comprovadas, possuem também um histórico de contribuições e reconhecimentos no decorrer de sua carreira. Para esses é bem mais fácil alcançar o objetivo necessário. Além dos especialistas em telecomunicações, isso também vale para profissionais da área de medicina, ciências, esportes e artes.
Todo processo custa em média R$ 22 mil e é divido em três fases que duram até dois anos. A primeira fase é a entrega ao USCIS (United States Citizenshipand Immigration Services) de um dossiê com as comprovações de mérito, que pode aprovar, exigir mais informações ou até negar o pedido.
A segunda parte, por sua vez, é a entrega de mais documentos pessoais, como antecedentes criminais e exames médicos ao National Visa Center. E a terceira, por fim, é uma entrevista no consulado americano.
Sub-categorias
Existem três subcategorias para o visto EB-1, que são: a EB-1A - voltada a profissionais com habilidades extraordinárias; a EB-1B - voltada a professores e pesquisadores de destaque; e a EB-1C, que é voltada a executivos internacionais.
Já no caso do visto EB-2 NIW, ele se enquadra especificamente a profissionais que tenham grau avançado de estudos (graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado) e cinco anos de experiência. Profissionais que tenham habilidade excepcional na sua área de atuação também podem atestar a sua importância à economia, cultura ou educação dos EUA.
Ambos os vistos, EB-1 ou EB-2 NIW, não necessitam de oferta de emprego no EUA e garantem o greencard para o aplicante e sua família (mulheres e filhos).
Para qualquer uma dessas categorias, reunir antecipadamente documentos que certifiquem as qualificações é essencial. Ser membro de associações, participar ativamente do setor em que atua e até mesmo prêmios aumentam a elegibilidade para o visto.
Leonardo Leão, especialista em
direito internacional, da Leão Group
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Fonte: Redação Smart Business
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