Empreendedor conta as experiências e aprendizados que adquiriu durante a falência de sua primeira empresa
* Flávio Steffens, sócio e diretor de relacionamento do Vakinha
Estar apaixonado por uma ideia pode ser o primeiro grande erro na
hora de empreender. A paixão traz emoção e apego ao negócio, o que pode te
impedir de aceitar qualquer sinal ou aviso de que está no caminho errado. Foi
assim que eu fali minha primeira empresa. E sem querer repetir o velho discurso
positivo de que é errando que se aprende, já que nessa experiência gastei um
ano de trabalho e R$ 50 mil investidos do meu bolso, eu digo: se aprende, e
muito, mas com certeza é melhor aprender antes de falir.
Mas falindo ou não, nós erramos. O fracasso é o maior professor quando estamos
começando e queremos trabalhar com inovação e criatividade. Inclusive, o
caminho do fracasso é comum. Um levantamento do Sebrae aponta que em média 10%
das empresas brasileiras fecham por ano, cerca de 600 mil negócios. O dado pode
fazer você perceber que está no mesmo barco que milhares de outros brasileiros,
mas o que toda essa gente erra em comum?
Com certeza o meu erro foi entrar no setor de construção civil, um mercado em
crescimento, sem conhecer a área e suas necessidades. Eu queria lançar uma
solução para construtoras divulgarem seus imóveis pela internet, em uma época
que o mercado não tinha interesse pelo setor tecnológico como hoje. Isso me
levou a criar uma solução para um problema que não existia.
Fica a percepção de que não fazemos nada bem sem entender de verdade nossos
clientes, seus potenciais e também seus problemas. Se apaixone pelo problema, é
esse que você deve resolver, e nunca pela solução. Gosto de pensar que temos
que trabalhar com experimentos rápidos, para fracassar de maneira rápida e logo
corrigir com o aprendizado.
Por mais que fracassar seja um grande saco, com perdão da palavra, é um erro
condenar tão fortemente o fracasso e incentivar as pessoas a não cometerem
riscos. A escolha é sempre sua em não se arriscar, mas saiba que isso vai
completamente contra qualquer princípio do empreendedorismo. Sem risco,
dificilmente há sucesso.
Flávio Steffens é sócio e diretor de relacionamento do site Vakinha.
Empreendedor, professor de pós-graduação e mentor de startups, também é
co-organizador da FailCon Brasil, onde debate e desmistifica o fracasso.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Fale com a gente:
Comentários
Postar um comentário
Muito obrigado por sua visita ao nosso site! Sua opinião e comentários são fundamentais para que possamos produzir novos conteúdos