Um dos setores mais impactados pela pandemia, setor de Feiras e Eventos corporativos inicia retomada para impulsionar negócios na cidade.
De acordo com dados do SEBRAE, o setor de eventos foi um dos mais afetados pela pandemia do COVID-19, devido principalmente a necessidade de isolamento social imposto pelo vírus.
Segundo estudos, estima-se que cerca de 98% das empresas ligadas ao segmento tenham sido impactadas diretamente em sua rotina de negócios, onde o faturamento atingiu quedas entre 76% e 100% da receita para a maioria das empresas do setor.
Como reflexo do cancelamento de feiras e eventos na cidade e em todo o país, outro segmento que sofreu forte turbulência no período foi o de turismo corporativo. Segundo recente pesquisa da ABRACORP (Associação Brasileira de Agências de Turismo Corporativo), a queda no turismo de negócios na cidade de São Paulo chegou a mais de 90% durante os meses da quarentena.
Para entender melhor os impactos da pandemia no setor e discutir sobre as medidas que estão sendo administradas neste momento para a retomada das feiras e eventos corporativos na cidade de São Paulo, conversamos com Paulo Passos, diretor executivo da ABRACE (Associação Brasileira de Cenografia e Estandes).
Sobre o papel da ABRACE, Paulo explica que a entidade foi criada com o intuito de ser o representante do setor, bem como um ponto de equilíbrio entre associados e demais players do mercado. “Nossas ações visão a orientação para boas praticas do mercado, assim como a realização de eventos, e promoção comercial, além de entre outras coisas, a participação na normatização do setor e relações com outras entidades e associações”, afirma o executivo.
Para exemplificar a importante atuação da ABRACE, Paulo destaca que a entidade foi a responsável pela assinatura dos novos protocolos na cidade, representando todas as empresas do setor que trabalham em feiras e eventos comerciais em São Paulo.
Sobre o impacto da pandemia no dia a dia de quem vive o mercado de feiras e eventos corporativos na cidade, Paulo destaca que o setor vai muito além das empresas expositoras e visitantes de cada evento realizado, refletindo um cenário de grande perda nos últimos meses. “Em média, cada evento tem o potencial de movimentar mais de 50 setores macroeconômicos. Por exemplo, em meio a quarentena, apesar de não estarem sobre qualquer obrigação de fechar as portas, os hotéis da cidade ficaram sem atividade, devido não haver eventos corporativos. Pra se ter uma ideia do impacto, a hotelaria atingiu taxas de 6% de ocupação, um cenário que se refletiu também em segmentos como restaurantes, gráficas, e até mesmo casas noturnas e bares que dependiam do fluxo de turistas de negócios para manter o caixa. Ao todo, apenas o setor de montagem de estandes atinge mais de 200 mil pessoas”, completa Paulo.
Para evidenciar ao poder público e privado sobre a possibilidade da retomada das feiras e eventos corporativos na cidade, no último dia 14 de outubro, a ABRACE em parceria com outras associações e empresas do setor, realizou a 1ª edição da EXPO RETOMADA, em São Paulo. Segundo Paulo, o objetivo do evento foi o de apresentar aos órgãos públicos, patrocinadores, expositores e visitantes que seguindo os protocolos e medidas de segurança adequadas, o ambiente de feiras e eventos corporativos se torna tão seguro quanto qualquer outro presente no dia a dia. “Todos os protocolos de segurança foram estudados no mundo inteiro para que pudéssemos implanta-los com o máximo de segurança. Á partir daí, quando comparado com ações como ir ao shopping center, por exemplo, podemos garantir que trata-se de algo mais seguro. Não podemos nos esquecer que a economia depende das feiras, afinal de contas, 60% a 70% dos expositores são de pequeno e médio porte, e precisam das feiras para sua sobrevivência. Mais do que um canal de comunicação com o mercado, a feira comercial é uma propulsora da economia, sendo o principal ponto de encontro de oferta e procura”, completa Paulo.
Sobre os objetivos da EXPO RETOMADA, Paulo afirma que o evento superou suas expectativas em todos os sentidos. “Demonstramos ao poder público e mercado que é possível retomar as feiras e eventos corporativos na cidade, mantendo todos os protocolos e medidas de segurança assinados. Para reforçar esse compromisso, recebemos apoio do vereador Rodrigo Goulart que lançou um projeto de lei que torna o dia 14 de outubro como dia das feiras e eventos de negócios em São Paulo. Esse é um marco histórico para o nosso setor, pois reforça nosso papel na economia da cidade, e ajuda a distinguir as feiras e eventos corporativos de modelos como shows, seminários, casamentos, entre outros eventos sociais que em um primeiro momento foram todos erroneamente inseridos dentro do mesmo pacote pelo poder público”.
Depois de mais de 7 meses sem feiras e eventos corporativos na cidade, Paulo Passos destaca a emoção de muitas pessoas em poder voltar aos pavilhões e estandes comerciais. “Foi muito bom poder voltar a sentir o cheiro dos eventos e reencontrar parceiros e fornecedores. Agora é uma questão de tempo para que a cidade retome seu volume e destino de negócios, assim como de lazer e entretenimento. Este é um processo lento e gradual, pois a parada foi de um dia para o outro... Estamos acelerando aos poucos, realizando alguns pequenos eventos, o que já permite que a economia possa voltar girar. Já temos sentido o aumento na busca por espaços corporativos tradicionais, e com o surgimento da vacina e medidas de segurança, com certeza será questão de tempo para a retomada acelerada”, completa o executivo.
Fonte: Redação Smart Business
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