Especialistas apontam os segmentos e modelos de negócio com maior e menor tendência para o sucesso nos próximos anos.
Dando continuidade a nossa série especial de matérias sobre tendências de negócios para o futuro, reunimos uma valiosa dupla de especialistas em comunicação, marketing e empreendedorismo, para nos ajudar a identificar quais os segmentos e modelos de negócio com maiores e menores chances de êxito nos próximos anos.
Ainda sobre forte impacto da pandemia e crise econômica que garante um cenário de muitas dúvidas e incertezas em praticamente todos os ramos de atuação, algumas áreas se mostram com recuperação mais rápida do que outras, e tendências começam a se consolidar como uma nova realidade para quem empreende ou deseja abrir o próprio negócio no futuro.
Confira a opinião completa de cada especialista:
Artigo Escrito por Matheus Jacob
Quais serão os bons negócios nos próximos anos?
Essa é sempre a pergunta de milhões de reais – literalmente. Afinal, quando falamos em empreendedorismo ou até mesmo de investimentos em startups ou em ações, estamos justamente falando dessa questão. A verdade é que não existe verdade. Mas existem tendências (bastante possíveis de sofrerem alterações) e são exatamente nelas onde colocamos as nossas fichas.
De qualquer forma, alguns movimentos já vinham acontecendo e o cenário de isolamento e COVID-19 reforçam a força destes movimentos. De forma geral, acho que algumas tendências valem destacarmos aqui, tanto de crescimento quanto de declínio:
A transformação digital é para todos nós.
Uma transformação relativamente antiga já. Porém, catalisada pelos processos causados pelo COVID 19. A transformação digital é para todos – e para alguns ela já é inclusive um processo de sobrevivência ou extermínio. Espertos aqueles que se encaixam nesta mudança ou possibilitam que outros se encaixem, fornecendo serviços para estes caminhos. Tudo que hoje é físico e pode ser digitalizado, representa uma mudança. Não posso substituir o medicamento, mas posso desenvolver aplicativos para forças de vendas ou treiná-las para carisma digital, como fazemos na Conte. Não deixaremos de ter diversas burocracias (muitas inclusive fundamentais) no processo empresarial. Mas, podemos criar soluções digitais para estes caminhos. Isso vale para todos os segmentos de serviços e também produtos. A vida será onlife. Você precisa estar nisso.
Não deixaremos de ser humanos por isso.
Digitais sim, humanos sempre. Não importa o serviço que você oferece, a dor que você soluciona, o impulso que você alimenta. As pessoas querem experiência. Aliás, para muitos, já saímos da era da experiência. Vivemos a era da intimidade. Produtos customizáveis, experiências customizadas. Personalização e individualização serão as diferenciações do futuro. Me diferencio pela qualidade do que ofereço? Sem dúvida. Mas me diferencio por ser capaz de entregar isso no exato formato que meu cliente precisa? Na Conte, por exemplo, só atuamos com treinamentos customizados. Por isso que os wearables (dispositivos vestíveis) serão tão fortes. É o ápice da tecnologia personificada.
Não existe mais negócios de um funil.
O mundo não está VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo), como muitos dizem. O mundo é assim em sua essência. Especialização é fundamental para nos diferenciarmos. Porém, não podemos ser negócios de um único funil. 100% físico? Esqueça. 100% digital? Esqueça também. Precisamos estar prontos para qualquer cenário. Mesmo em grandes indústrias de universos físicos, de extração, perfuração, por exemplo, precisamos ser híbridos nos funis e canais de vendas. Webinários para trazer clientes. Colaboradores conectados. Sistemas em nuvem. Tudo agora é plural, para ser adaptável.
Foi-se o tempo de habilidades fixas. O futuro agora é uma adaptação contínua.
Artigo Escrito por Fábio Passerini
O empreendedorismo, que é a capacidade de criar valor para a sociedade na forma de negócios é um dos motores dos avanços sociais e econômicos. Claro que não devemos confundir empreender com sobreviver: empreender pressupõe condições mínimas de ação e preparo; considerar certos tipos de trabalho como empreendimento, onde profissionais não são donos dos meios nem podem alterar suas condições, não significa empreender.
Posto isso, a capacidade de empreender foi ampliada com a presença da tecnologia em todas as suas formas, em especial com três pontos relevantes: a simplificação da capacidade de divulgação de ideias, produtos e serviços; o acesso facilitado e abundante ao conhecimento; e a existência da internet com seus muitos recursos.
Com a ubiquidade das mídias sociais, os negócios atuais e futuros devem ter cada vez mais presença online e digital. Por um lado, pela demanda quase infinita por novidades e consumo de conteúdo ágil. Por outro, pela presença cada vez mais intensa de parcela da população que publica, consome e interage por estas mídias, fenômeno que tende a se ampliar cada vez mais à medida que estas pessoas entrarem no mercado de trabalho e aumentarem seu poder de compra e tomada de decisão.
A geração de conteúdo online de qualidade, que consiga se destacar no meio da algazarra, será um dos pontos fortes nos anos vindouros, seja na forma de cursos, de filmes, séries ou do ensino formal.
A curadoria de conteúdo deve se fortalecer cada vez mais, onde profissionais com capacidade de identificar material relevante e de qualidade superior irão se destacar.
Em contrapartida, negócios de varejo estritamente físicos tendem a ter cada vez mais dificuldade em prosperar e até de sobreviver: a miríade de centros comerciais fechados, falidos e abandonados no mercado norte-americano serve de mau agouro para o que deve acontecer globalmente, em especial em países ocidentais capitalistas lastreados em consumo rápido e descartável.
Esta realidade traz uma mudança que já estamos vendo acontecer: grandes espaços destinados às compras deverão ser substituídos por centros de experiência onde pessoas irão experimentar toda sorte de texturas, cores, sabores e possibilidades de produtos e serviços antes de efetuar uma compra, que poderá ser feita, posteriormente, de forma online, mas agora mais embasada.
Para se manter relevante neste cenário de mudanças cada vez mais céleres, será fundamental acompanhar as tendências, monitorar comportamentos e se cercar de equipes multidisciplinares e heterogêneas, que percebam para onde conduzir a empresa e qual a melhor forma de continuar atendendo os clientes. Feudos, outrora a base de negócios de sucesso, tenderão a perder relevância.
Por outro lado, a falta de contato humano irá abrir novas possibilidades e aumentar a existência de modelos de negócios hoje considerado quase extintos: os negócios de bairro. O atendimento único, exclusivo e pessoal tende a voltar com relevância, ante ao cenário fortemente impessoal do digital: mercados especializados, lojas de nicho, bares temáticos e centros culturais podem ganhar novo sopro de criatividade e envolvimento ao atraírem consumidores ávidos por pertencer de verdade, experimentar ao vivo e interagir de forma interessada e interessante.
Enfim, o mundo muda rápido, mas a humanidade e seus anseios mais íntimos continuam os mesmos: como seres gregários, queremos ser importantes, relevantes e participantes.
Sobre Fábio Passerini
Fábio Passerini é fundador e sócio-diretor da Fugativa,. Profissional da área de Administração e Marketing com mais de 20 anos de experiência adquirida atendendo dezenas de empresas de segmentos diversos, abrangendo as áreas de Campanhas de Fidelização, Campanhas de Incentivo, Programas de Relacionamento, Team Building, Integração e Ações de Ativação.
Sobre Matheus Jacob
Matheus Jacob é formado em Economia pelo Insper, mestre em Filosofia pela PUC-SP, com educação executiva em Liderança e Comunicação pela Chicago Booth Business School e em Retórica e Persuasão pela Harvard University.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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