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Empreendedora supera a depressão e faz sucesso com confeitaria artesanal em São Paulo


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Gabriele Costa, sócia-fundadora da Confeitaria Era Uma Vez conta como tornou um hobby em um negócio que vem conquistando os apaixonados por doces artesanais.


O ano era 2015, e Gabriele Costa, conhecida como Gabi (como costuma ser chamada pelos amigos e clientes), estava cursando o 5º ano da faculdade de Direito. Em meio à dura jornada de conciliar os estudos com o trabalho, o estresse da rotina evoluiu para um forte quadro de depressão, o que a fez se afastar do trabalho e faculdade, vivenciando à partir daí um longo processo de tratamento.  

Durante as consultas com a médica surgiu a necessidade da criação de uma válvula de escape que ajudasse a então estudante a aliviar a pressão focando em uma atividade que fosse relaxante. “Sou apaixonada por cozinhar, principalmente confeitaria. Desde pequena sempre tive meu caderninho com as receitas preferidas, e neste momento vi que esta poderia ser uma boa oportunidade para ajudar no tratamento”, afirma a empreendedora.

Segundo Gabi, os cursos de gastronomia e confeitaria na época eram de difícil acesso, muito caros, e sem muitas opções no mercado. Por isso, o caminho encontrado foi o de iniciar os primeiros experimentos por conta própria, na cozinha de casa mesmo. “Foi à partir deste momento que fiquei animada e percebi que poderia viver daquilo que mais gostava. Passei a investir na confeitaria artesanal, fazendo cursos, aprendendo muita coisa na internet, testando novas receitas, e sempre utilizando produtos de alta qualidade”, completa.

Com o entusiasmo e receitas que conquistavam o paladar de amigos e familiares, começaram a surgir as primeiras encomendas de bolos para aniversários, e foi neste momento que a empreendedora identificou os primeiros desafios na hora de ter o próprio negócio. “Errei muito no começo, eu não sabia precificar corretamente, tive vários prejuízos, mas aos poucos fui aprendendo e evoluindo como empreendedora”, afirma Gabi.

Com o volume de encomendas girando em torno das indicações, a confeitaria começou a tomar forma, e em pouco tempo já não cabia mais na cozinha da casa onde a confeiteira morava com os pais. “Precisei me arriscar para crescer com qualidade, e então fui em busca de meu primeiro espaço exclusivo para o negócio. Era um ateliê simples, em cima de uma oficina mecânica, mas foi ali que consegui fazer minhas primeiras encomendas de Páscoa, por exemplo”, lembra a empreendedora.

Já em seu ateliê, Gabi relembra que ainda sofria com os desafios de empreender “Confesso que ainda era muito desorganizada, principalmente na gestão do estoque. Tive que comprar muito chocolate de última hora, mas desde sempre tinha como compromisso a produção com alta qualidade de materiais e embalagens, o que se tornou um diferencial da minha marca”.

Com uma carteira de clientes que já atendia a produção durante o ano inteiro, a empreendedora teve a oportunidade de viajar para o Rio de Janeiro com uma Ong. “Fui para este novo projeto sem salário, vivendo apenas das encomendas, mas com a certeza de que esta era a melhor decisão que poderia ter tomado. Foi uma experiência fantástica, de poder cozinhar com alguns dos melhores chefs e confeiteiros do Brasil. Aprendi muito como pessoa, empreendedora e confeiteira!”, complementa Gabi.

Por meio do trabalho realizado na Ong, que era o de oferecer comida de alta gastronomia para o público carente, Gabi recebeu o convite para trabalhar com uma das chefs mais premiadas no país, inclusive com estrela Michellin. “Foi uma experiência mágica, e quando tive a certeza de querer trabalhar com essa área para o resto da minha vida. Esse definitivamente foi o momento de abrir mão de vez da carreira de advogada, e investir nesse novo sonho. Enfrentei as duvidas de amigos e familiares. Na verdade, ninguém apoiava, era muita loucura... Muita gente achou que eu estava louca...rsrs. Mas na verdade, eu me encontrei na gastronomia... Achei minha identidade”, afirma.

 

Gabriele nos tempos de Confeitaria Colombo

Ainda morando no Rio de Janeiro, Gabi teve contato direto com as rotinas do negócio, e ganhou a experiência que precisava para se tornar uma empreendedora bem sucedida. “Nesta época tive a oportunidade de fazer uma visita técnica na confeitaria Colombo, a mais tradicional do país... Foi a realização de um grande sonho, pois a chef me chamou para fazer uma entrevista, e no final das contas, acabei trabalhando na Colombo por mais de 2 anos com a produção de bolos de casamento e sobremesas em geral. Além de crescer como profissional, foi lá que conheci meu marido e comecei a escrever uma nova página na minha vida!”.   

Depois dessa experiência, Gabi e o marido decidiram voltar para São Paulo, e investir novamente na confeitaria como negócio próprio. “Comecei tudo do zero, trabalhando de casa, mas agora com um bebe. Ainda de resguardo, decidi aproveitar o período da Páscoa, contando com a ajuda do meu marido, que também é confeiteiro, e entrei em contato com alguns antigos clientes para avisar que estava de volta e já atenderíamos algumas encomendas. Para minha surpresa, o faturamento daquela páscoa foi 3X superior ao do 1º ano, e mesmo com as dificuldades em conciliar a maternidade com a produção das encomendas, finalizei os pedidos com a sensação de que enfim estávamos construindo um negócio com grande potencial”, afirma a empreendedora.

Para Gabi, depois de 2019 ter sido muito acima das expectativas, 2020 tinha tudo para ser o ano da consolidação para a confeitaria que agora já tinha o nome de Era Uma Vez, mas foi então que veio a pandemia. “Em janeiro já fazemos os investimentos necessários para a Páscoa, auge das nossas vendas no ano. Compramos embalagens, chocolates, e já estávamos produzindo as encomendas das empresas que começaram a nos procurar deste o final de 2019”, completa.

Apesar do desafio que foi realizar uma Páscoa em meio a pandemia e isolamento social, Gabi confessa que já se preparava desde quando começaram a surgir as primeiras noticias sobre a COVID-19. “Em janeiro mal se falava do assunto por aqui, em fevereiro começou a se falar mais intensamente, mas ainda era um assunto que não parecia muito concreto e problemático para nós. A partir de março, todo mundo começou a ficar preocupado com o impacto que poderia ter, e foi então que os negócios começaram a ser mais impactados. Sinceramente, desde o começo já olhei o cenário com pessimismo. Sou idealizadora, mas muito pé no chão. Segurei alguns investimentos por medo de não ter retorno, e acredito que essa estratégia foi fundamental para termos tido menor impacto. Sei de muitos casos de confeiteiros que ficaram com seus estoques parados, correndo risco de perder por validade. Uma das lições que carrego das experiências que tive no ramo de restaurantes e na Colombo é que o negócio se trata de muito mais do que apenas fazer doces... Fiz cursos de finanças e negócios para me aprimorar nestas áreas, e ter mais força para competir com a concorrência. Afinal de contas, hoje em dia o cliente não está mais em busca apenas do melhor preço, ele também deseja uma experiência única com seu produto”, completa.

Para Gabi, o segredo para ter superado a pandemia na Páscoa está na velocidade de adaptação ao novo cenário que surgiu. “Em dezembro defini um cardápio, inclusive com tendências e inovações que levaríamos ao consumidor. Mas, com a pandemia (surgimento das noticias), pisei no freio... Quando chegou mais próximo e entendemos como o mercado iria se comportar, reestruturamos nosso plano de ação, refizemos investimentos, sabíamos do risco. Procurei por fornecedores que conseguiriam atender com quantidade baixa, mas que poderiam aumentar fornecimento mais próximo da páscoa, caso fosse necessário. Essa estratégia foi essencial, pois não era momento de grandes produções, mas deveríamos manter nosso compromisso de qualidade acima de tudo”, complementa.

Gabi também aponta para outra estratégia bem sucedida na gestão das vendas durante a pandemia: Entender os novos hábitos dos clientes! “Diminui um pouco minha margem de lucros, oferecendo melhor custo para o cliente, principalmente em tamanhos menores... Criei novas opções de produtos, por exemplo, ao invés de ovos de páscoa, barrinhas. Essa foi uma boa estratégia para manter as vendas e minimizar o impacto. Mas o segredo foi ter os pés no chão. No final, acabei sendo surpreendida positivamente, mas sem comparação com aos anos anteriores”, completa a empreendedora.

Sobre as novas tendências que estão surgindo para o mercado de confeitarias e chocolates, Gabi ressalta que hoje em dia o cliente abandonou a busca por quantidade, e deseja a qualidade e experiência acima de tudo. “Antigamente os bolos eram grandes, quadrados, etc... Hoje em dia, eles são menores, mais abstratos, com decoração personalizada. Na área do chocolate, tem se tornado mais popular a pintura em chocolate, coração geométrico lapidado, uma técnica trazida dos Estados Unidos, além de sabores diferentes, como o chocolate rubi, por exemplo, um tipo que é naturalmente rosa, e que depois do processamento fica com a cor rosada e sabor cítrico. Todas as novidades têm sido muito bem aceitas por nossos clientes, e mesmo apesar do preço ser um pouco mais alto do que os produtos mais tradicionais, no final a experiência é o que conta”, afirma Gabi.

Sobre os desafios na retomada da economia pós pandemia, Gabi se mostra animada, e pronta para encarar os desafios da jornada. “Todo empreendedor é apaixonado por desafios. Se não posso vender agora para as festas, estou comercializando para o público final. Toda a crise traz oportunidades e reinvenção... O segredo está em tentar entender qual a necessidade do seu cliente agora, como posso atender, e criar soluções praticas que atendam”.

De olho no futuro do negócio, a empreendedora tem como objetivo transformar a confeitaria artesanal em uma confeitaria com bolos e doces artísticos. “Quero me consolidar neste mercado, conquistando um espaço físico e com produção especifica para festas e produtos para o dia a dia, além de pães. Uma loja de pronta entrega com espaço para pequenos eventos. Em até 5 anos quero um espaço não apenas para confeitaria de consumo imediato, mas também para eventos, e a confeitaria para festas”, afirma.

“Olhar para trás e ver tudo que construí ao longo deste tempo e onde ainda quero chegar só reforça minha ideia de que o sucesso não está apenas em ter fama, mas principalmente em ter seu trabalho reconhecido e admirado”, completa Gabi.


Para os interessados em conhecer mais detalhes sobre os produtos da Confeitaria Era Uma Vez:


Instagram: @eraumavezconfeitaria

WhatsApp: 11 976889784

Pedidos pelo Ifood: Era Uma Vez Confeitaria

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Fonte: Redação Smart Business

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