Legislação do país
vizinho oferece uma série de isenções que tem motivado empresários a cruzar a
fronteira e empreender no Paraguai.
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Empresários brasileiros estão
atravessando a fronteira com o Paraguai e fugindo da pesada carga
tributária nacional, levando com eles arrecadação e empregos. Segundo
especialistas, eles saem do país em busca de preços mais baixos e condições
favoráveis para produção proporcionadas pela Lei de Maquila,
regulamentada em 1997, que isenta de impostos as marcas que importarem
maquinário e matéria-prima em território paraguaio e exportarem seus
produtos. O imposto cobrado é único, de 1% de valor agregado. A economia na
produção do comércio exterior pode chegar a 20%, se comparada ao que se
gastaria em solo tupiniquim.
A
movimentação de empresários nacionais se intensificou a partir de 2013,
quando uma grande campanha em torno deste regime de incentivo foi feita pelo
Paraguai. Entre os nomes de peso que chegaram por lá estão: JBS (Friboi),
Riachuelo, Vale, Bourbon, Camargo Correa, Eurofarma, Buddemeyer, Cargill,
X-Plast e Estrela. A análise do próprio governo estrangeiro é de que, entre
2013 e 2018, sete em cada dez novas fábricas maquiladoras são do Brasil. Até
2017 já eram 124 empresas e, segundo a embaixada brasileira, o total de
companhias que pediram instruções de como se mudar para lá cresceu 64% em
2017. Foram 445 consultas ano passado, contra 272 em 2016.
Vantagem
para o Paraguai, mas ruim para o Brasil
Se
para o Paraguai a Lei de Maquila está atraindo investimentos e benefícios, para
o Brasil o cenário não é lá muito positivo. A crise econômica tem afetado
fortemente a indústria: segundo os últimos dados do IBGE, o setor teve
retração de 1,3% em março e a confiança em relação a recuperação do setor
teve queda ainda mais expressiva, de 1,8%. Com isso, a perda de arrecadação
dessas empresas, que fogem para o país vizinho, é um desastre. É o que afirma
o advogado Daniel Strand, da Strand Advogados.
"A lei é muito boa para o Paraguai, mas nós
precisamos criar nossos próprios meios de inibir esse tipo de movimento, de
empresas brasileiras que vão investir em outra nação para produzir, fazendo
com que a gente perca, não só dinheiro em arrecadação, mas também em emprego.
Há mecanismos de compensação, inclusive tributários, que podem ser feitos.
Mas precisamos de uma ação mais efetiva dos nossos governantes e da equipe
econômica", afirma.
A
medida econômica do Paraguai é baseada no modelo
existente na fronteira do México com os EUA, onde hoje, muitas fábricas
norte-americanas atravessaram a fronteira para produzir. Fábricas de
confecções e de calçados, indústrias têxteis, indústria plástica, de
autopeças, etc. estão entre as principais empresas brasileiras utilizando os
benefícios da Lei de Maquila. Só em 2017, nossa nação comprou US$ 1,13
bilhão de produtos do local - todos advindos de companhias que eram
anteriormente produtoras em território nacional.
Os
principais artigos comercializados foram: materiais elétricos (17%), arroz
(14%), e carne bovina (9,8%). Já as exportações para o Paraguai somaram US$
2,65 bilhões no mesmo período e os produtos mais vendidos foram:
manufaturados (10%), adubos e fertilizantes (4,7%), além de máquinas de
aparelhos agrícolas (4,0%).
A
empresa que se muda não precisa pagar qualquer imposto ou taxa sobre o
processo de importação de matérias primas e insumos, suprimentos e bens de
capital, fabricação dos produtos. Além disso, o empregador encontra no
Paraguai uma legislação trabalhista mais flexível: sem FGTS e contribuição
sindical. E, apesar do salário mínimo ser maior que o nacional (US$ 1.200), a
mão de obra é mais barata de maneira geral, já que os encargos trabalhistas
são da ordem de 30% enquanto, no Brasil, esses encargos alcançam mais de 100%
do salário.
O
custo de energia elétrica é outra benesse da instalação no Paraguai: chega a
ser quase 70% menor do que em nosso solo, o que o torna um ambiente ideal, o
que prejudica, em muito, o Brasil.
"As condições no Paraguai já são melhores
para empreender de forma geral, pois os custos são muito baixos. O que faz
com que a reforma tributária se torne ainda mais importante, pois diminuindo
os custos de produção, já teríamos um ambiente mais competitivo e produtos
com preços melhores. Mas temos que ter legisladores que queiram legislar pelo
país, pela população que votou neles", reclama Strand.
Nova
China
A
forte concorrência com a Ásia é outro ponto forte do regime especial da Lei
de Maquila. O Paraguai quer substituir cada vez mais os produtos que
as empresas brasileiras trazem da China e, de fato, para algumas indústrias
que importam dos chineses, está mais barato fabricar no vizinho.
O
ganho principal com essa mudança é a competitividade, já que no Brasil
cobra-se até 35% de imposto para importar da China, o que torna difícil
're-exportar' o produto pela grande quantidade de impostos a serem pagos.
"Não precisamos de uma Lei de Maquila
nacional, mas precisamos tomar medidas que vão diminuir o impacto desse tipo
de ação. Acho que uma mudança no IOF, por exemplo, para produtos dessa região
pode ser interessante. É pensar mesmo, fazer um estudo sobre o impacto dessa
fuga de empresários e agir sobre o assunto", finaliza o
especialista.
Sobre
a Strand Advogados
Strand
Advogados é um escritório especializado em advocacia empresarial tributária,
voltado para a prestação de serviços de consultoria, planejamento e
contencioso administrativo e judicial.
O
escritório conta com equipes especializadas em tributos diretos, indiretos e
em contencioso administrativo e judicial atendendo aos mais diversos
segmentos, incluindo grandes indústrias, varejistas, construtoras, empresas
de tecnologia, fundos de investimento, instituições financeiras, prestadores
de serviços e startups.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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