Artigo escrito por: Felipe Medeiros*
Diz o ditado:
quem não arrisca, não petisca. A sabedoria popular não falha. Mas quando o
assunto é dinheiro, poucas pessoas estão dispostas a correr riscos para
aumentar sua renda. O máximo que elas fazem é colocar tudo em uma caderneta de
poupança ou algum outro produto oferecido pelo banco, que rendem bem menos do
que outras diversas aplicações que estão disponíveis. Há uma falsa sensação de
segurança nesses tradicionais formatos que impedem que os brasileiros consigam
se tornar investidores de verdade e melhorem a rentabilidade de seus
investimentos.
Mas nem tudo
que é propagado é de fato verdade. Muitas aplicações financeiras rendem mais do
que a poupança, garantindo a mesma estabilidade para o poupador. É preciso
desmistificar alguns pontos de modo a oferecer maior clareza para aqueles que
desejam ver seus rendimentos crescerem com agressividade, mas sem abrir mão da
segurança e também da liquidez.
Para
esclarecer melhor isso, listei alguns dos principais mitos.
1
– Quem investe em renda fixa não perde dinheiro
Certamente
quem possui qualquer tipo de aplicação já ouviu essa frase. A própria expressão
"renda fixa" sugere uma garantia de rentabilidade. Mas não é o caso.
Ainda que sejam produtos mais conservadores do que os considerados mais
arriscados, como a renda variável, esses investimentos também possuem
volatilidade e exigem estratégia e planejamento dos usuários. Há situações em
que resgatar antecipadamente a aplicação faz com que a pessoa perca um
percentual do que foi investido, por exemplo.
2
– É preciso ter muito dinheiro para investir em renda fixa
A
democratização de diferentes produtos de renda fixa – sobretudo os que são
oferecidos fora do banco - já permite que os investidores realizem pequenos
aportes. Seja no Tesouro Direto, que parte de R$ 30, ou em outros investimentos
como CDB, RDB, LCI, LCA e LC, é possível iniciar com poucos recursos e ir aumentando
com o tempo. Além disso, alguns desses investimentos possuem isenção de imposto
e muitas corretoras não cobram taxa de manutenção. É importante ter claro,
porém, que quanto maior o valor investido, maior será o seu retorno.
3
– O FGC é um instrumento do governo para assegurar investimentos
O Fundo
Garantidor de Crédito (FGC) também é apontado como mais um recurso de segurança
para os investimentos de renda fixa, pois dá proteção e fiscalização de
investimentos. Entretanto, não é um órgão do governo. Se trata de uma
iniciativa privada, sem fins lucrativos, mantida pelas próprias instituições
financeiras. Muito se fala que o FGC possui um limite de cobertura por valor
investido, o que é verdade. O limite é R$ 250 mil por investidor e por
instituição financeira.
4
– O FGC garante todos os tipos de investimentos em renda fixa
Quando
falamos de investimentos, não nos limitamos apenas à poupança ou outros
formatos da renda fixa. Existem uma série de outros produtos. Porém nem todos
os investimentos de renda fixa estão cobertos por esse seguro. Letra de Câmbio
(LC); Letras hipotecárias (LH); Letras de crédito imobiliário (LCI); Letra de
crédito do agronegócio (LCA); Recibo de depósito bancário (RDB) e certificado
de depósito bancário (CDB). Todos esses estão cobertos pelo FGC. Porém, em se
tratando de fundos de investimentos em renda fixa, ou até Tesouro Direto, os
mesmos já não possuem essa cobertura. Portanto, fique atento.
5
– Investir em imóveis sempre é uma boa opção
Adquirir um
imóvel pode não representar apenas a segurança de obter um ativo físico, mas de
um negócio que pode se valorizar ao longo do tempo. Essa percepção não é
equivocada. Porém, uma série de fatores entram em jogo quando se considera a
compra de um imóvel como investimento de médio prazo. Um dos pontos principal é
a forma como isso acontece. Vale a pena financiar um imóvel pagando juros?
Seria esse o melhor custo de oportunidade? O que muita gente esquece é que os
juros representam o custo do dinheiro; ou melhor, o custo de se alugar um recurso
que não se possui. Além disso, quem contrai um financiamento paga ainda um
seguro de vida, embutido nas próprias parcelas. Se os valores cobrados nas
parcelas fossem investidos no mercado financeiro, a compra do imóvel ocorreria
mais rapidamente. Isso sem falar no desconto pelo pagamento à vista. Por isso é
importante avaliar outras possibilidades.
6
– A Renda Fixa sempre é o melhor investimento de longo prazo
Não há como
prever qual tipo de aplicação é mais vantajosa a longo prazo por conta das inúmeras
variáveis envolvidas. Entretanto, há diversas estatísticas no mercado que
mostram que investimentos em renda variável, como ações, garantem uma melhor
rentabilidade de longo prazo. Não é preciso ser especulador para ter sucesso
nesta modalidade, basta investir em papéis de empresas sólidas e contar com o
apoio de companhias especializadas para entender melhor a flutuação típica do
mercado. E se não sabe como escolher boas ações para investir, pode fazer esse
investimento contratando um gestor profissional para cuidar disso para você.
Outras modalidades são fundos imobiliários, fundos de ações, ETFs, câmbio e
ouro.
7
– Não é preciso ajuda para investir em aplicações com maior risco
A euforia de
buscar investimentos que prometem grandes retornos financeiros levam muitos
investidores a tomarem medidas impulsivas. Isso acontece especialmente na renda
variável, como investir em ações negociadas na Bolsa. O interesse das pessoas
em buscar opções mais sofisticadas de investimentos não é necessariamente algo
negativo. Muito pelo contrário. Porém, é preciso se aventurar com muita
cautela. Porque, como diz uma máxima do mercado financeiro, não existe almoço
grátis. Para aqueles que não possuem muito conhecimento e investem em ações,
por exemplo, existe uma chance enorme destes perderem dinheiro se fizerem isso
sozinhas. Nesses casos é fundamental contar com a ajuda de profissionais
qualificados, como os consultores, analistas e gestores, para ajudar nesse
processo.
*Felipe Medeiros é economista e sócio-fundador do Mais Retorno, plataforma de assessoria de investimentos em ativos financeiros.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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