*Artigo Escrito por: Ralf Germer
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Se antes, ter uma conta em banco era essencial para o início de
uma vida financeira, hoje o cenário mudou de configuração.
Com a grande gama de serviços digitais, oferecidos
majoritariamente pelas fintechs,
existem soluções para transferências, pagamentos, câmbio, investimentos,
créditos e muitas outras operações que antes ficavam concentradas nos
gigantes financeiros. Segundo dados do Finnovation, instituição
especialista em fintechs, o
Brasil registra cerca de 377 empresas desta natureza nos mais diferentes
setores, com destaque para as empresas de pagamentos e remessas, que
representam 25% do total.
Isso é curioso, pois apesar de que o número de pessoas sem
contas em banco não cresce, há uma demanda cada vez maior por esses serviços
mais independentes. Desta forma, as fintechs
têm um papel crucial na inclusão financeira, principalmente em países em
desenvolvimento, onde o acesso às instituições tradicionais ainda não é algo
universal. A tendência apontada por dados do Banco Mundial é que o
acesso a serviços financeiros aumenta globalmente, motivado por iniciativas
privadas e governamentais de redução da “desbancarização”.
Nos países com altos índices de pessoas sem acesso a serviços
bancários, pesquisas sobre o tema apontam diversos motivos para que isso
ocorra. Estão entre eles: a distância até uma agência, as altas taxas
cobradas, falta de confiança nas instituições, falta de dinheiro, o fato de
que algum familiar já tenha conta e, até mesmo, motivos religiosos. Além
disso, também cabe destacar que pessoas endividadas e inclusive aquelas que
não têm como comprovar um endereço fixo, também ficam excluídas do sistema
bancário tradicional.
Por isso, acredito que há uma falha dos bancos em assumir uma
posição de liderança em termos de inovações para o setor, que sejam mais
inclusivas. De modo geral, as instituições financeiras tradicionais começam a
trazer mudanças devido ao movimento criado pelas fintechs, que chegaram com tudo para atender a um novo
perfil de consumidor.
Numa análise deste cenário, podemos perceber que ficar à margem
do sistema bancário tradicional é mais do que uma tendência, e sim uma opção
que se torna progressivamente mais viável. Por isso, acredito que as pessoas
sem contas em bancos entrarão no radar definitivo dos provedores de serviços
financeiros. E eles têm tudo para conquistar cada vez mais adeptos, já que os
novos serviços digitais chegaram para atacar duas das principais barreiras
para a participação no sistema financeiro: distância e taxas.
Outros serviços oferecidos por fintechs, como pagamento em dinheiro ou cartões pré-pagos,
também contribuem para que os "sem banco" possam participar
ativamente da economia em qualquer setor, inclusive no e-commerce. É
sempre bom lembrar que o Brasil é uma potência no varejo digital, registrando
10 milhões de novos consumidores em 2018, segundo relatório da E-Bit|Nilsen.
O Banco Mundial aponta que a inclusão financeira tem um papel
essencial na redução da pobreza ao redor do globo, o que automaticamente
melhora as economias locais. Do outro lado do "balcão", os bancos
também precisam se atualizar constantemente para manter sua relevância. Além
de democratizar o acesso aos serviços financeiros, as fintechs estão muito focadas na experiência do usuário. Há
uma relação mais próxima, com uma linguagem mais acessível do que a de
instituições tradicionais. As grandes empresas que se aliam às fintechs automaticamente
passam a desfrutar desta "repaginada" e são vistas como modernas,
inclusivas e focadas no cliente.
No resto do mundo, há países que são referência no
desenvolvimento de produtos para “desbancarizados”. Atualmente, os pagamentos
móveis são a grande tendência para este público. Dados do Banco Mundial
mostram que dos 1.7 bilhões de pessoas sem banco ao redor do mundo, 1.1
bilhões possuem celular. Neste sentido, dois países se destacam com modelos
completamente distintos: Quênia e China.
Na China, provedores de serviços de pagamentos, como Alipay e
WeChat Pay, oferecem apps que podem ser vinculados a uma conta bancária ou
instituição financeira. Os consumidores podem pagar compras ou transferir
dinheiro para outra pessoa simplesmente usando o aplicativo. No Quênia, por outro
lado, os serviços financeiros são oferecidos diretamente pelo provedor de
telefonia e não precisam estar ligados a uma instituição bancária
tradicional.
Em termos de Brasil, o país registra hoje, segundo IBGE, 60
milhões de desbancarizados. Ou seja, milhões de pessoas para atingir e
atender. Meios de pagamentos alternativos, como o PEC Flash, que permite o
pagamento de compras em dinheiro no e-commerce, foram criados com foco na
inclusão de todos os brasileiros na economia digital. É preciso que haja uma
sintonia entre as instituições tradicionais e as fintechs, além da
participação do setor público, para democratizar o acesso a estes serviços.
Por exemplo, um grande responsável pela inclusão financeira é o Governo
Federal. Cerca de 80% das pessoas que recebem pagamentos governamentais, como
o Bolsa Família, recebem em uma conta bancária.
Concluo que sem bancos, mas com acesso à internet e smartphones,
o público pede por novas alternativas. É nosso dever compreender suas
necessidades e criar produtos assertivos para um universo financeiro cada vez
mais democrático e que leve agilidade e segurança para todos.
* Ralf
Germer é co-CEO e co-fundador da PagBrasil, fintech brasileira líder no
processamento de pagamentos para e-commerce ao redor do mundo
Fonte: Assessoria de Imprensa
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